sábado, 27 de dezembro de 2014

Acaba, 2014! - a retrospectiva que não terminou


Que 68 que nada, o verdadeiro ano que não acabou foi 2014 (e ainda segue acontecendo, nesse plantãozinho que - para mim - só acaba amanhã no fim do dia).

Brincadeiras à parte, a impressão que eu tenho é que 2013 e 2014 são uma amálgama, irmãos siameses pré-cirurgia. E digo mais, acho até que 2013 começou naquele junho de manifestações e se arrastou até dezembro agora. A sequência dos fatos, todos eles intensos para o mundo, foi praticamente ininterrupta. Nós jornalistas sabemos bem desta intensidade.

Por isso acredito que aqueles adoráveis dias em Barra Grande não tiveram propriamente a função de réveillon. Acho que o que tive neste período de junho de 2013 para cá foram intervalos, que conto pelas viagens, porque é o que realmente vale a pena na vida.

Entre as manifestações de junho/julho/agosto (um acontecimento histórico e do qual eu sempre vou me lembrar com prazer por ter sido testemunha ocular), a longa-quase-interminável estadia do Papa Francisco e seus fiéis durante a JMJ no Rio (que aflorou meu mau humor da base aérea do Galeão às areias de Copacabana - só amenizado pelo fato de que cobri um evento com a presidente Dilma pela primeira vez) -,o Rock in Rio (divertido e delicioso de cobrir, mas não menos cansativo), a Bienal do Livro no Rio (que me proporcionou entrevistar mestre Zuenir Ventura, assistir a uma mesa-redonda com a bela e talentosa Clarice Niskier - de quem sou fã por 'A Alma Imoral', e bater um papo com Zeca Camargo sobre seu novo livro), ver a irreverência dos Pink Blocs durante a cobertura da Parada Gay na Praia de Copacabana, ir a São João da Barra ver a destruição culminada pela megalomania do sr. Eike Batista (tudo isso contando com a parceria do grande Edmar Mendes, motorista que me ajudou a encontrar cada lugar em S. João e que me salvou a pele de uma encrenca com os poderosos X), ver a derrubada da Perimetral e aguardar a promessa de novos tempos com o Porto Maravilha, as chuvas e mortes na Região Serrana e aquela tarde nada prazerosa no IML aguardando os corpos das vítimas, para enfim chegar na Bahia para a virada do ano.

O único break que tive pré-Bahia foi em julho quando, com folgas acumuladas da cobertura das manifestações, pude então ir a Paraty conferir a Flip e ver Bethânia com a professora Cleonice Berardinelli recitando Fernando Pessoa, apreciar Xico Sá de pertinho num bate-papo (antes dele ser morador oficial do Rio e eu poder compartilhar - não na mesma mesa - os botecos cariocas com o cronista).

Foi este o intervalo. Aí veio aquele charme baiano de Barra Grande na suposta virada, aquele pit stop em Itacaré e lá voltamos nós para as pautas de comportamento no Vidigal e a bater ponto nas delegacias da capital fluminense.

Fevereiro, antes da maratona no carnaval da Sapucaí, uma parada estratégica na Ilha Grande, terra da magia, onde a calmaria acontece e você conhece histórias incríveis de quem largou tudo - trabalho-casa-rotina-correria-vida-louca – para ir lá relaxar e contemplar a  beleza, o mar, a brisa.

E tome Sapucaí, quatro madrugadas de escolas de samba e muito trabalho. Mas não sem tietar Paulinho da Viola - tirar uma foto e postar no Instagram - o mestre do samba que eu só tinha assistido em shows no Circo, mas que pude então fazer uma perguntinha - nada genial, ali na dispersão, Portela já fora da avenida - mas já deu para ficar contente. Já estamos em março. E o pit stop dessa vez não é tão criativo. Eu, Mayté e Paula seguimos para dar um mergulho em Búzios, Arraial e Praia Seca (porque, diz o ditado, que o bom filho à casa torna).

Um pouco mais de trabalho, algumas delegacias e nenhum grande fato que tenha marcado a minha memória. Neste hiato, chega abril e as minhas desejadas férias. Partimos num quinteto pra Bolívia. Cruzamos o país de Evo, numa viagem de emoções afloradas. E, como não poderia deixar de ser, com quatro jornalistas e uma publicitária viajando, as notícias apareciam a todo tempo em nosso caminho.

Manifestações que interditaram a estrada - e lá vamos nós colocar as mochilas nas costas e andar até ultrapassar a barreira -, linchamento em praça pública e carro da polícia virado de cabeça pra baixo (na pacata cidade do Uyuni).

A recompensa veio em forma de deserto. Atravessar o Salar do Uyuni, sem dúvida o lugar mais lindo que já estive em toda a minha vida. Depois, chegamos na charmosa Copacabana e visitamos a Ilha do Sol. Ufa! Valeu a pena.

De volta ao Brasil, aquela inquietude, uma vontade imensa de não ficar mais ali, naquela cidade. Queria ir rodar o mundo, fazer como várias dessas pessoas que encontrei pela viagem, que estão por aí, peregrinando de lugar em lugar, sem data para voltar.

Entre uma pauta e outra, num fim de semana, fui ver BH. Terra do meu mineiro favorito.  Mercado municipal, o pôr-do-sol incrível do Mirante do Parque das Mangabeiras e, na volta, tome inquietude. A Copa se aproximava e eu não estava nem um pouco a fim de lidar com ela. Antes disso, um fato marcante: entrevistei o ídolo Glenn Greenwald, uma das poucas inspirações do jornalismo contemporâneo, que na ocasião lançava o seu livro 'Sem lugar para se esconder'. 

A Copa chegou, não teve jeito, e, junto com ela, chilenos, argentinos, colombianos, alguns europeus (aqueles alemães do quiosque do Leme, onde tive que cobrir a amarga derrota do Brasil0 e muita festa. Copacabana reviveu a JMJ, só que desta vez sem papa e sem peregrinos com mochilinhas em grandes cordões humanos. Muito trabalho, assistindo a diversão dos gringos, sem muito ânimo pra festa. A uma hora dessas eu já estava em um caso de amor com o Netflix, sem muita vontade de rua e etc. 

Terminada a Copa, um pit stop em São Paulo para dois dias de curso um de relax. Cheguei nesta terra, de onde vos falo agora, sem saber que dali a um mês estaria aqui morando. Vim desanimada, com um intuito de tomar um fôlego desta vida cansada - após a profusão de acontecimentos narrados, fora as mortes das personalidades que a minha memória já não me deixa lembrar as datas. Foi um misto de "tá, não vai ser agora" com "volte pro Rio com foco, faça planos, chega de só trabalhar, ir à praia e pro bar". E eu voltei assim. Fui ver a autoescola - que já havia começado e parado, e precisava tanto retomar -, cheguei a imprimir o DUDA e pensei "agora vai". Fiz contato com a professora de yoga, decidi que voltaria às aulas que a rotina intensa de trabalho mais a minha preguiça me fizeram abandonar. E, um dia antes de pagar o DUDA e então começar minha rotina de iogue, o telefone toca. Era o chefe de redação de São Paulo dizendo que aquela vaga tinha saído.

Se eu não poderia estar em SP na próxima segunda. Essa próxima segunda foram quatro semanas depois, após todos os ajustes necessários serem feitos.

Aqui chegando, consegui ir ver um festival de música e dar um relax em Paraty, voltar ao Rio - uma vez correndo para fazer mudança e a outra para enfim pegar uma praia -, e, por último visitar Ubatuba. Sigo em SP, desbravando essa terra há três meses e 13 dias e o ano ainda não acabou. Acho mesmo que eu preciso de um Ano Novo. Se possível, mais calmo e com mais pit stops por aí. Como diria o Roger: acaba, 2014!

Os prováveis últimos links do ano.

Mais um enviado por Palimpsesto - Eliane Brum sendo maravilhosamente Eliane Brum (nem sempre eu acho isso) - http://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/22/opinion/1419251053_272392.html

Porque neste link dá para se apaixonar por ela, pela voz dela, pela letra e por este cavaquinho. http://www.youtube.com/watch?v=wdz28zNLRpo

Porque todos os dias que me bate a saudade eu ouço essa - mas só esta versão me agrada. http://www.youtube.com/watch?v=LKkjI5LdPiA

Não vejo a hora de chegar amanhã e poder gritar: http://www.youtube.com/watch?v=iEM1qEMyyP8



sábado, 20 de dezembro de 2014

Se eu puder, doces te darei

Se eu puder, flores lhe darei. Assim começa a canção "Sobre a Chuva", da minha amiga-cantora cantora-amiga Laura Zandonadi. (http://m.youtube.com/watch?v=3QAURYVHe10).

Não só primeiro verso da música é lindo, mas toda ela. Só que tivesse eu o direito da paródia cantaria Se eu puder, doces te darei...

Chocolates, paçocas, pirulitos. Felicidade em formato de comida. Ingestão de pequenas doses de doçura. Para suavizar, adocicar, deixar bonito o dia que temos pela frente.

Sempre encarei os doces como pequenas porções de alegria. Mas isso foi sempre tão normal e fez parte da minha vida que achei que fosse assim com todo mundo.

Essa semana fui surpreendida com gestos em formato de açúcar que me revelaram esta vocação pra formiga.

Mayte, a franco-carioca mais adorada do planeta, depois de uma temporada de dois meses passeando pelo Brasil passou aqui em SP na segunda-feira para se despedir antes de voltar pra sua terra. Chegou aqui cheia de histórias lindas de suas andanças pelo Nordeste e, depois, pelo Rio. Como ouvir e contar histórias está na mesma proporção dos doces em minha vida, fiquei muito feliz com a passagem dessa francesinha querida que ganhei de presente da Ilha Grande. E eis que na sua despedida, ela me deixa um saco de doces espanhóis e um bilhete fofo. Com açúcar, com afeto, fez meu dia mais feliz.

Ontem, minha mãe desembarcou na rodoviária do Tietê para antecipar comigo aquele Natal que estarei de plantão. Na bagagem, os presentinhos da vó, da tia. Todos eles apreciei e agradeci, mas nenhum me tocou mais do que o saquinho de doces da dinda querida, que tão bem entendeu o bem que as guloseimas me fazem.

*Porque lá fora é verão, mas aqui dentro <3 a="" href="https://www.youtube.com/watch?v=NrjzW3aoTvE&list=PLoV-P8GJeF0y_ZW9X86ZH06JDwLcUVVsD">https://www.youtube.com/watch?v=NrjzW3aoTvE&list=PLoV-P8GJeF0y_ZW9X86ZH06JDwLcUVVsD

** http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2014/12/1562815-somos-todos-estagiarios.shtml

***Safatle sempre muito claro e objetivo. NÃO FORAM ANISTIADOS - http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/2014/12/1562869-falsas-vitimas.shtml

*****


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Respostas para Mariliz Pereira Jorge e Paula Bianca Bianchi

Abro a caixa de e-mail, como de de costume diário e no assunto me deparo com um "não é um grande texto". No corpo do e-mail, a sequência: "mas me identifiquei" e o link http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marilizpereirajorge/2014/12/1560774-nao-sei-dizer-nao-para-a-vida.shtml.

A remetente, Palimpsesto, tem sempre o costume de me compartilhar os grandes, e eventualmente, os nem tão grandes assim.

É sempre bom. Alguns reflito, outros sinto. Os raros sinto-reflito / reflito-sinto.

Mas para este, me senti na obrigação emocional-racional cérebro-coração corpo-e-alma de responder.

Para a Mariliz Pereira Jorge. Ou diretamente para Paula Bianca Bianchi, repórtera-querida-que-compartilha-textos-bacanas.

Babe,
O texto é bacana e, se eu for pensar bem, reflete bastante a Isabela do Rio, bon vivant e amante de uma boa cerveja. Porém, ai, porém, sinalizou Paulinho da Viola tão bem em Foi um Rio que Passou em Minha Vida.

Não dizer não para a vida é lindo, sobretudo quando o que queremos é dizer para o mundo o quanto somos donos das nossas vidas, que pagamos nossas contas e saímos quando queremos,
sem dar satisfação para ninguém.

Até aí ok. Mas acho que dizer não, não quer dizer negar a vida. Dizer não pode ser apenas o cumprimento de um trato consigo mesmo. De se empenhar em ser bom em alguma coisa, ou apenas
prezar pelo seu bem-estar porque você quer acordar cedo no outro dia e cuidar do corpo ou apenas ir à praia.

Dizer não é difícil para burro, mas este ato está intimamente ligado à musculação da autoestima. Quanto mais malhamos a autoestima, mais aptos estaremos para dizer sim ou não quando queremos alguma coisa.

Dizer não para tudo é estar bitolado. Dizer não para algumas coisas é estar focado.
Dizer sim para algo é fruto de uma escolha. E, na maioria das vezes, produz bem-estar, se é exatamente aquilo o que você quer fazer.

Estar com os amigos, com birita ou sem birita, é uma delícia. Estar com eles porque você deseja isso é melhor ainda. Estar com eles porque você não quer dizer não ao social é triste.

Fazer escolhas é difícil pra caramba. E dizer não é fazer uma escolha. Não necessariamente uma negação. E toda a força para dizer não provém de uma insatisfação anterior. Vale sempre lembrar dela para combater a lassidão ou aprender a dizer não.

Por isso acho que o não tem sua função. Até mesmo para o sim ser escolhido como a melhor opção. Tem sido uma grande descoberta aprendê-lo. Quero sim(s) com mais paixão e, por isso,
tem sido bom aprender a importância do não.

Nesse mesmo ritmo, Gregorio falou quase o mesmo, só que de um modo mais intenso. Mas minha resposta também serve para ele. http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2014/12/1562358-sabado.shtml

E como meu lema de vida é "a música é a resposta", compartilho aqui Arrigo Barnabé, lindo de viver, que tive o prazer de assistir nesse sábado e que em outra ocasião comento essa grandiosidade musical. Ao lado dessa dupla porreta fez meu sábado ser grande. https://www.youtube.com/watch?v=Pk6rACa6mc0



sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Banksy e outros links


That's it!

Hoje é sexta e me permite ser breve.

1. Botando o carioqueixxx em ação pra dar essa dica pro Bom dia São Paulo: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/12/exposicoes-sobre-arquiteta-lina-bo-bardi-terminam-neste-domingo-em-sp.html



2. Se eu tiver que trabalhar no carnaval e ficar por São Paulo, vai dar pra ser feliz com bloco de Caetano: http://vimeo.com/113515057

3. Orgulho master de ouvir que o teacher pra ganhar força não acreditava em mim, que achava que só ia durar duas semanas, e cá estou eu completando dois meses, quatro quilos a mais e serei a mais nova doadora de sangue, agora com 51 kg: http://www.prosangue.sp.gov.br/artigos/requisitos_basicos_para_doacao




De resto o que importa é que é um fim de semana sem trabalho. :D






quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Qual é o lide? e outros temas


A primeira vez que tive contato com essa frase foi na faculdade. O professor de Técnicas de Reportagem sempre contava uma historinha e perguntava pra turma:
"qual é o lide?". E lá íamos nós testar nosso senso de critério sobre o que é mais importante num fato. O que, onde, quando, porquê e, em determinados casos, quanto.
Era só o início do convívio diário com essas cinco palavrinhas/perguntinhas.

Depois, quando se é foca, ouve-se muito no começo: tá, mas qual é o lide? E, por fim, depois de alguns dias como foca você nunca mais ouve essa pergunta. Simplesmente porque o modo mais fofo como vão te sinalizar sobre isso é dizendo que o lide está no pé. Ou você aprende a se apressar em dizer o que é o lide ou está frito...

Passa-se o tempo e "qual é o lide, Pablo?" é sempre a pergunta feita pelos coleguinhas - que é como tratamos não-tão-carinhosamente-assim os companheiros de profissão. Após uma coletiva, um confere o lide do outro não só para saber se o senso de critério de todo mundo está em dia, mas principalmente para garantir que o chefe não pergunte depois porque cargas d´águas o veículo tal está publicando uma coisa e você está informando outra como a mais importante.

Mas nunca se ouve tanto "quero lides" quanto dos amigos jornalistas. Dos mais próximos, claro. E não, eles não querem saber se as aspas principais da Dilma são essas ou aquelas. Eles querem lides sobre as notícias da sua vida. Mas é diante desta ânsia por novidade que percebemos o quanto a gente se sente na obrigação de todo dia ter uma pauta, e se possível - que ela dê chamada na globo.com. Só que as nossas vidas não são jornais e não somos obrigados e ter novidades quentes diariamente, mesmo que a gente se sinta com esta necessidade.

Trabalhar com internet faz com que essa sede por novidade seja ainda maior. E ao trazer isso para nossas vidas, tendemos a uma grande frustração por não ter sempre um bom lide. Uma vida pode ser intensa - e acho isso ótimo - mas é perturbador pensar em ter que ter uma nova manchete a casa três horas.
Depois de pensar muito sobre isso, tem sido bom descobrir que é possível estabelecer uma rotina e não me sentir na obrigação em ganhar chamadas na home da minha vida. A audiência - aqui - não é uma necessidade, não se sobrevive dela.

Para repensar essas relações com lides ou chamadas da vida, exposição, frustrações, mundo editado, dores e delícias de sermos o que somos - caetaneando para não perder o costume - dei um tempo das redes, sobretudo do facebook. Trabalhar com isso, ficar pendurada muitas horas ali, me fez me sentir improdutiva e mexeu com muitas emoções. Vou aprender a lidar com isso melhor, enquanto isso não acontece, deixo aqui no blog a parte boa das redes que é compartilhar.
Para se encher de poesia/elucubrações -3 textos e um desenho - no blog do Dimi ou Diahum http://humdeabril.blogspot.com.br/

Ouvindo em looping essa canção que nos faz tanto pensar sobre as escolhas - dele, sempre dele, o mestre das profundezas, Raulzito https://www.youtube.com/watch?v=cvUG2kegI48

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Um samba ardente, harmonioso, buliçoso...

tivesse eu seguido meu sonho
teria me tornado sambista
mas por ter durante um tempo
mais lido do que ouvido
calhei de ser jornalista

++++++++++++++

o samba é a corda e eu sou a caçamba
disse Noel
ele é a tristeza que balança
a voz morro
o pai do prazer
e o filho da dor
disse Paulinho
que é alegria, falando coisas da gente
o dom de Wilson das Neves
na Terra de Dorival
todo mundo bole
e quem não gosta
bom sujeito não é
no Rio de Janeiro todo
mundo vai de samba,
a pedida é sempre samba
e eu também vou castigar
a minoria diz que não gosta mas gosta
e sofre muito quando vê alguém sambar
faz força, se domina, finge não estar
tomadinha pelo samba, louca pra sambar.

2 de dezembro, dia do samba.