sábado, 13 de abril de 2019

Manutenção das neuroses e outros cliques

Vim dar as caras aqui para postar uma reflexão em cima de um “realize” que tive sobre uma letra do Cartola, mas algo me surpreendeu (não pela primeira vez, mas isso sempre me impacta).
O contador do analytics lá em cima aponta que hoje -- num único dia -- uma mesma criatura -- usando o mesmo computador -- clicou 149 vezes em diversos textos publicados aqui ao longo de anos.


Há um certo desconserto de minha parte quando processo esta informação, primeiro porque alguém está minimamente curioso / interessado ou saber um pouco mais sobre a minha vidinha medíocre, o que penso,
gosto, escrevo etc e tal. Em minha defesa, estes textos todos são mais as manutenções das minhas neuroses, reflexões bem mais ou menos sobre acontecimentos banais que vivencio e uma maneira de me conectar de alguma forma com as coisas que acho mais belas neste mundinho: as palavras.


E como ser em constante formação, tentando absorver um tantinho de discernimento nesse mundão de
meu Deus, já não endosso muitos destes textos que escrevi lá atrás, já discordo de uma pa de patacoadas que proferi.

Dentre as manutenções das minhas neurores, há também, é claro, a manutenção das paixões, das idiossincrasias e daquilo que prezo e (des)prezo.
Me assusta muito esse mergulho nas minhas profundezas e achar que alguém pode ler um texto de 2014 / 2016 / 2018 e ter a equivocada impressão
que ele ainda reflete o que penso, gosto, sou.


Assim e a vida online, um recorte in progress da nossa vida em curso e temos de nos acostumar com
isso (ou não, ha sempre a opção de deletar as abobrinhas por mim redigidas em outro tempo).
Mas é também um rascunho da minha ignorância, um tico de tentativa de evolução, as entranhas das minhas pequenezas
e quem sabe registre-se aqui também algo que me seja um insumo valioso no futuro para entender como algo se desenhou.

A vocês, carx leitorxs, ou leitorx unicx de mil páginas, peço que me dê a empatia, a magnitude da sua
gentileza ao se deparar com as manutenções das minhas neuroses e outras esqui(zo)tices gerais.

Somente a certeza sobre as minhas imperfeições e vulnerabilidades (desde o conteúdo, passando pelos erros -- de coesão, ortográficos e até
o equívoco de uma má interpretação sobre um tema) é que poderão me (nos) levar adiante. Deixo esse aviso aos navegantes que se
aventurarem pelas linhas a seguir.

quarta-feira, 6 de março de 2019

O armário não é lugar para se viver

Faz tempo. Foi em 2013 que a Larissa Agostini me apresentou a este #TedTalk. A gente voltava de uma viagem de Ilha Grande de 5 dias, período em que vários pontinhos da gestalt estavam sendo ligados na minha cabeça e eu, que nem estava me dando conta do quanto aquele momento era importante, talvez não tenha entendido o valor das palavras que ouvi no dito Ted apresentado a mim pela Lara.

Naquela ocasião, assisti ao que Ash tinha a me dizer, pareceu fazer algum sentido, mas eu não ouvi tocarem aqueles sinos, os indicadores de que você realmente percebeu / entendeu / by heart o que o mensageiro queria dizer. 

Já assisti ao vídeo uma porção de vezes nos últimos dias e acho que finalmente agora fez todo o sentido. Para além do título "Todos nós escondemos algo. Tenhamos a coragem de falar abertamente", Ash Beckham nos traz três pontos fundamentais:

1. Seja autêntico. Tire a armadura. Seja você mesmo.

2. Seja direto. Diga logo. Arranque o Band-Aid.

3.  Não se desculpe. Você está expressando sua verdade. Nunca se desculpe por isso. E algumas pessoas podem ficar magoadas, então, claro, desculpe-se pelo que fez, mas nunca se desculpe pelo que você é.