quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Quiosque volante da Campanha Teatro para Todos, Largo do Machado, dia 25



**Desde o dia 20 de novembro, quem passa pela Cinelândia é despertado por um quiosque verde da Campanha Teatro para Todos, uma realização da Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro. Esta é a sétima edição da campanha que tem como objetivo despertar revitalizar, aproximar e renovar o público teatral, além de contribuir na formação de novas plateias. Este ano, mais de 100 mil ingressos estão disponibilizados para o público, totalizando 68 espetáculos, entre adultos e infantis. Os ingressos poderão ser adquiridos a preços populares: R$ 5,00; R$ 10,00; R$ 15,00, R$ 20,00 e R$ 25,00.

Além do quiosque fixo que ficará na Cinelândia todos os dias até 20 de dezembro(segunda a sexta-feira, das 9h às 19h; sábados, das 9h às 13h; fechado aos domingos), há um quiosque volante que de terça a sábado, das 10h às 18h fica parado em um bairro do Rio de Janeiro tornando a compra mais cômoda. Para ter acesso as datas e aos lugares onde estará o quiosque volante, basta acessar www.aptr.com.br/teatroparatodos .Ou se o espectador não quiser sair de casa para comprar seu bilhete, pode obtê-lo em www.ingresso.com. Os ingressos também estão à venda nos postos Petrobras credenciados, postos Shell, Lojas Americanas e Americanas Express.
Na última quarta-feira (25), o quiosque volante estava no Largo do Machado. Um papel colado na parte traseira do Doblô (carro que serve como quiosque) indicava que ingressos para oito peças que aconteceriam no fim de semana posterior já estavam esgotados. Entre elas o musical O Despertar da Primavera, o drama francês Na Solidão dos Campos de Algodão e o stand-up comedy Musicomédia. O sucesso do Largo do Machado não se repetiu no sábado (28), na Gávea. A procura foi baixa enquanto o quiosque esteve na Praça Santos Dumont.

O espectador deve ficar atento: os ingressos vendidos só valem para a semana da compra. Isso permite que as peças mais procuradas não tenham seus ingressos esgotados de uma só vez. Então quem não conseguiu comprar, por exemplo, sua entrada para O Despertar da Primavera na semana passada, pode tentar novamente esta semana.
Teatro, como é sabido, é o “primo pobre” das artes. Desde a falta de incentivo às produções que encarecem o valor do bilhete até a baixa procura por essa mesma razão ou por desinteresse mesmo, tudo vai contra a “popularização” do teatro. Não se pode afirmar categoricamente o que define a falta de hábito de se freqüentar o teatro, mas esta não é uma exclusividade brasileira, como se é de costume pensar.

Para saber mais sobre esse universo, o OEOO conversou com o ator André Poubel, que esteve em cartaz recentemente no espetáculo “Vale Coxinha”. A peça trata das dores e delícias de quem vive de teatro no Brasil. Um diretor com muitas idéias na cabeça, sonhando com a realização de seu espetáculo, está aguardando resposta de um patrocinador e, confiante de que receberá o financiamento, marca um teste para escolher o elenco Os escolhidos precisam entrar na loucura dele e mostrar que estão prontos para encarar o desafio de vencer qualquer dificuldade, mesmo que seja para ganhar um Vale Coxinha.
André Poubel foi, sem querer, despertado para o teatro quando era criança por seu avô, que era marceneiro. Enquanto fazia brinquedos de madeira para seus netos, encarregava André de ler uma história e depois contá-la aos primos utilizando os objetos que ele tinha feito em sua marcenaria. Não se sabe se foi de forma proposital ou não, mas ele estava ensinando André desde cedo uma técnica de preparação de teatro. Aos 14 anos, participou de uma peça na escola, mas teve a reprovação de seu pai militar. Antes de se formar na escola, o desejo de ser ator voltou. Tentou convencer o avô a ser seu cúmplice enquanto fazia teatro escondido, mas não teve sucesso. Pediu dinheiro ao pai para um curso de inglês e foi fazer teatro. Depois passou no vestibular para graduação em Artes Cênicas na UniRio, enquanto fazia Comunicação Social. Ficou nos dois cursos simultaneamente, sendo que o primeiro era escondido da família. Até que na metade do curso de Comunicação, resolveu trancar sua matrícula e seguir com o teatro.





André, que quando estava na faculdade se ofereceu para entrevistar Fernanda Montenegro e por três vezes emudeceu diante dela, falou sobre a dificuldade de se montar um espetáculo no Rio, sobre o mau funcionamento das leis de incentivo, entre elas a Rouanet, o alto custo dos espetáculos, a cultura do riso que – segundo ele – não é um problema carioca e sim mundial, da aprovação fácil dos espetáculos, dos aplausos iguais, de como os diretores, atores e produtores se propõem a fazer o que o público quer ver – talvez daí a banalização dos apalusos - , citou o livro de Sábato Magaldi “Depois do Espetáculo” e falou sobretudo da delícia de estar em cima de um palco contanto uma história, mesmo com os percalços para montar um espetáculo.

Em breve a entrevista com André Poubel.

**Trabalho de Fotografia em jornal - só estou utilizando o texto, as fotos são da rede.

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