sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Óleo alheio



Por falta de tempo de postar meu óleo, posto o de Arthur Dapieve, em carta a Joaquim Ferreira dos Santos nesta sexta-feira (14) no Segundo Caderno do jornal O Globo. Segue o trecho:

(...) Em texto mais antigo, você se queixou que, com raras exceções, nossas cantoras não ateiam fogo às vestes quando são abandonadas pelos amantes, não se descabelam, não sofrem ao microfone. Elas não querem correr riscos, querem ser cool. Amy Winehouse sabia que onde há dor não há ganho. Com homens e bandas, aqui e alhures, não é diferente. A impressão é a de que a sociedade ocidental hoje tem imensa dificuldade de se relacionar com as sombras. Entrou numa viagem sem volta de Prozac. Claro, a morte está aí, mas a turma olha pro outro lado e pede pra não beijar na boca.
(Paradoxo para a hora da insônia: a nossa sociedade é ávida por se expor na frivolidade das redes sociais e se borra de borrar a maquiagem na vida real). (...)

Na ocasião, Dapieve respondia a Joaquim sobre uma proposta feito pelo colunista na segunda-feira (10) a respeito de uma lista de 1001 músicas para ouvir antes de morrer, que o colunista do início da semana carinhosamente apelidou de “músicas para espantar o bode”. Dapieve responde com título “Para amarrar o bode”. No caso, ele defende as canções melancólicas. Com o bode de “Dapi”, como Joaquim gosta de chamá-lo, endosso a lista com Amy numa versão cubana com Rhythms Del Mundo (porque os latinos gostam de um bode).


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