segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Camisa de força

Tenho uma estranha mania de inventar diálogos. Andando na rua, circulando dentro de casa ou tomando banho, falo em voz alta conversas que poderiam acontecer entre pessoas que conheço, ou, na maioria das vezes, entre mim e algum conhecido.

Quando estou na rua, sempre me pego sendo observada por alguém que se diverte com a minha mania. Certas vezes disfarço, seguro o “microfone” do fone que está sempre pendurado em meu ouvido e finjo que falo ao telefone.

Minha mãe sempre lança um “você tem que voltar pra psicóloga”. Mal sabe ela é que o eco de sua implicância já me fez falar sobre isso diversas vezes no divã. Naquela época, o então “Grande Mestre” – pegando carona no jargão de Cezar Carazza – dizia que isso era bobagem e a minha “criatividade” deveria ser aproveitada para escrever ou para o teatro.

Outras vezes dava-se um significado, esse mais profundo e instigante, que era esclarecedor sobre o meu modo de agir na vida. Como não é simples me livrar dessa mania, resolvi tentar transformar esse hábito em produção. E para não expor histórias reais, resolvi promover encontros com pessoas que eu gostaria de encontrar um dia e imaginar um possível diálogo.

Fiz uma viagem no tempo e bati um papo com Sigmund Freud. No próximo capítulo.

2 comentários:

  1. viva a verborragia!
    coisa boa poder acompanhar este blog bonito.

    um beijo, queridona!
    e vai que vai.

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