domingo, 24 de agosto de 2014

É que Marte estava em Libra...

"Porque eu sou tímido e teve um negócio de você perguntar o meu signo, quando não havia signo nenhum. Escorpião, sagitário, não sei que lá. Ficou um papo de otário, um papo. Ia sendo bom...", cantava Gal lindamente no auge de sua juventude.

Papo de otário ou não, os astros são sim "Da Maior Importância", tal qual o nome da música, de pertinência sem igual. E é sobre eles que discorro agora. Houve um momento em que mercúrio retrógrado era o novo preto. E havia razão de ser. Só neste ano ele já retrocedeu duas vezes e - segurem as pontas aí que - tem mais um movimento desses em outubro.

O planeta, que rege a comunicação, saiu das páginas de Susan Miller para as de O Globo e toda a sorte de revistas que traziam previsões astrológicas para o tal 2014 (no ano passado ele também já bombava nas colunas dos jornais).

Mas o fato é que este ano um tal de Marte roubou a cena. Entre muitas conversas entre amigos e amigas, houve um consenso geral de que este ano acabou de começar. Há quem diga que ele só começou em agosto. Eu prefiro achar que foi no fim de julho, quando Marte deixou libra - depois de oito meses - e entrou em Escorpião. Ali começava o então aguardado 2014. Natural que as coisas só aconteçam em agosto, já que elas demoram a pegar no tranco.

Esse negócio de ser otário ainda vai nos levar além (tudo bem que Leminski disse que era de ser exatamente quem a gente é, mas pego minha licença, nada poética mais para otária, e escrevo assim).

Entrevistava uma cantora que me falava de seu disco novo e de como estava difícil dele sair, com vários perrengues no caminho. Não me contive e lancei. "Relaxa, é que Marte estava em libra...Ele já entrou em escorpião, vai ficar tudo bem". E dali o papo descambou para astrologia até que retornássemos ao assunto importante: música.

Para ela tudo fez sentido. Para mim era apenas uma repetição de um mantra de que ficaria tudo bem, eu sabia, Marte tinha deixado libra e não era possível que nada ainda tinha acontecido até ali. Iria acontecer.

E aconteceu. Ufa. Aconteceu. Marte provou para mim que tinha entrado em escorpião e que o ano enfim andaria. Dias depois, respirei fundo aliviada. Sorri. E depois achei graça. Lembrei que reencontrei uma amiga muito querida e conversa vai, conversa vem, eu disse que era cética. Eis que ela me interrompeu e perguntou: "Cética? Quem lê Susan Miller não é cética". Eu gargalhei.

É verdade. Gosto mesmo de acreditar nessas bobagens. Ou, como cantarolava Gal, ficar num papo de otário. Mas isso é da menor importância, da maior importância mesmo é que Marte mudou de posição e fez a vida funcionar. Viva Marte.

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