segunda-feira, 16 de julho de 2012

Quem dera ser um clips...

Nos momentos de espera eu brincava com aquelas pedras de ímã que abraça uma porção de clips de uma vez só. Eu os retirava da pedra circular num movimento quase repetitivo. Era prazeroso ver como eles eram facilmente atraídos pela força magnética de uma pedra inerte, que não esboçava nenhum esforço para trazê-los pra perto.

Às vezes me incomodava a empáfia daquela pedra. Nesse momento eu rapidamente trazia os clips para mais longe numa de dizer para a pedra, olha você não é tão poderosa assim. Mas logo eu me rendia e os deixava mais próximos dela, até que, amontoados, eles ficavam todos ali grudados sobre a pedra soberana.

Eram nas tardes de julho, como esta. Chuvosa e entediante no meio de um dia de férias escolares em que eu me cansava dos filmes na TV e descia até o escritório de contabilidade do meu pai para ver se via algum acontecimento. Hoje acho graça daqueles dias em que eu brincava com a pedra de ímã; e sobretudo a simbologia que ela traz sobre a atração.

Quando atraídos por algo ou alguém parecemos clips que se amontoam sobre a pedra soberana. Mas, às vezes, não. Será que o clips não tem medo da pedra? Eu perguntei um dia a alguém. Ah, ele não pensa, foi o que me responderam. Mas o medo não é irracional? Tá, pode ser. O medo pode ser emocional, mas o clips também não sente.

Ah, então o problema é esse? Pensarmos e sentirmos? Eu queria ser um clips.

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