Dentre os muitos spans, propagandas e
informações inúteis, chega um e-mail de alguém (sim, ainda uso esta
ferramenta já obsoleta para as minhas primas, seis e nove anos mais
novas do que eu). É a Chris. Pergunta se eu saí do Facebook,
diz que tô sumida, assim trocamos as novidades, conto da vida aqui em
SP, ela conta do intercâmbio que acabou de fazer em Buenos Aires a fim
de se orientar para o mestrado. Ela está escrevendo a biografia de Zé Ramalho. Fez muitas entrevistas e agora vai começar a escrita. Anseio pelo resultado.
O
fato é que Chris, porta-voz dos músicos e que tão bem divulga a
história do cancioneiro brasileiro país afora, me escreve justo no dia
em que vi o documentário "Cássia", de Paulo Henrique Fontenelle.
O
filme provoca um turbilhão de emoções, assim como foi a vida da cantora.
É possível ir da gargalhada ao choro copioso durante as duas horas no
cinema. Sempre antenada com as novidades do mundo das canções, ela já
tinha assistido ao filme no Festival do Rio e escrito suas impressões no Garota FM.
Com
uma narrativa muito bem costurada, a película nos põe em contato com
uma criatura singular, original e unicamente comprometida em viver uma
vida de acordo com o queria. Sem encanações, grandes preocupações ou
ambições megalômanas. O barato dela era cantar. No palco, Cássia fazia
sua catarse: colocava para fora tudo aquilo que na vida cotidiana não
fazia. E com a força de um vulcão.
Impossível não se emocionar com sua história. Daquelas vidas
inspiradoras, uma narrativa pra causar impacto e nos fazer refletir o
que cargas d´água estamos fazendo com o nosso tempo, nossa vida e o
quanto estamos nos engajando com o que de fato queremos. Vale a pena
conferir.
E sendo este um fato consumado - e
já devidamente documentado - não quero mais, de mais a mais, me
aprofundar nessa história. Já dizia Djavan. Então eu mudo de pau pra
cavaco - sabedoria da vovó reinando - ou de pau para pau mesmo e deixo
aqui um troféu joinha seguido de uma salva de palmas para o criador do
pau de ventilador, uma evolução com utilidade do (famigerado e nem tão
útil assim) pau de selfie.
*Compartilhando Mr. Modkovski
Entreouvido na bancada:
- Redação é o único lugar em que você pode
se meter na conversa dos outros e isso não é falta de educação. Foi
praticamente por isso que eu fiz jornalismo.
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